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A GENTE SUBMERSA

    O espetáculo “A Gente Submersa” é o primeiro espetáculo autoral do projeto homônimo contemplado pela Lei de Fomento ao Teatro para a Cidade de São Paulo. Inaugurou a sede própria do Teatro do Incêndio em 2017, ficando em cartaz de 16/09 a 10/12 do mesmo ano com lotação esgotada em todas as sessões.

    O espetáculo foi remontado e apresentado em novembro de 2019 dentro do projeto de repertório do grupo composto também dos espetáculos “São Paulo Surrealista”, “O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica”, “O Santo Dialético” e “Rebelião – O Coro de Todos os Santos”.

Sinopse
    

     No enredo, três personagens alegóricas da sabedoria popular vivem uma fábula que se concretiza na cidade. São pessoas centenárias, velhos de espírito juvenil que atravessaram os tempos. Eles seguem pelo mundo, mas as coisas que vivem e os lugares por onde passam vão se apagando. Na cidade se tornam invisíveis; ocupam um espaço, mas são expulsos pela polícia.

    Conduzidos por um velho vendedor de relógios, chegam a um quilombo povoado por pessoas que fugiram da metrópole, onde são vistos e aceitos. O velho representa o tempo, a sabedoria e os ensinamentos dos mais velhos e dos antepassados. Sem dinheiro, as pessoas do quilombo trocam conhecimentos, como ensinar os outros a ler e escrever desenhando letras com tintas nas mãos. Lourdes, Benedito e Fulozina ensinam cultura popular para a comunidade que passa a viver em um calendário de festas (congada, maculelê, jongo). Porém o desmatamento chega e acaba com tudo, mostrando o ciclo sem fim da destruição.

     A Gente Submersa é a primeira parte de um trabalho de pesquisa, homônimo à peça, sobre heranças e descaracterização da cultura e da sabedoria popular, pelo esquecimento das raízes que moldaram o ser brasileiro. O espetáculo explora o que resta no cotidiano das pessoas dos ensinamentos populares, bem como da função social da dança e das festas tradicionais. A Gente Submersa reúne mais de 20 artistas, entre atores e músicos que transitam pelo teatro, pela dança e por outras linguagens, amparados por composições originais e canções de domínio público. O figurino traz elementos de técnicas artesanais como renda filé, bordados, crochê e tricô, construindo memórias também nos corpos que ocupam o Teatro do Incêndio: um espaço em formato de arena triangular, mantendo as características arquitetônicas originais do local que tem sua própria história.

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