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Teatro do Incêndio

Rua 13 de Maio, 48  •  Bixiga (Bela Vista) - São Paulo/SP 

 

O espetáculo mescla linguagens teatrais e arte de vanguarda a serviço da cultura musical do verdadeiro Brasil.

O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica

 

 

Em cartaz de 24 de Janeiro até 31 de Maio de 2015

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Segundo o diretor, “trata-se de um espetáculo, em grande parte, auditivo que procura ‘recuperar’ o ouvido para o chiado do disco e a qualidade incomparável da música popular brasileira, revivendo mestres do samba e da bossa nova por meio de seus sentimentos”.

 

Marcelo Fonseca explica que o título é uma citação do poeta Roberto Piva, “padroeiro” do grupo e amigo em vida do diretor, que faz uma analogia do samba com a pornografia no sentido de que o “bom ouvido” não dá lucro às gravadoras. “Sendo assim, a boa música passa a ser pornográfica e metafísica dentro do processo de embrutecimento da sensibilidade pela necessidade de vendas, desestimulando o jovem a conhecer compositores como Tom Jobim e Geraldo Pereira, para consumir fórmulas cada vez mais pobres de ‘produtos’ de três acordes”, argumenta.

 

Carregada de símbolos, a encenação de O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísicaconta com uma primeira parte expressionista, conduzida por Carmen Miranda (Gabriela Morato) e Ismael Silva (Diogo Cintra). Nesta, gravações originais sintetizam uma parte da história do Brasil até “a morte” do samba junto com sua embaixatriz em crise de depressão, amparada por milhares de comprimidos.

 

Cenas também recriam fatos reais sobre compositores que se tornaram lendas da música brasileira, como o suicídio de Assis Valente, o soco de Madame Satã (Valcrez Siqueira) em Geraldo Pereira, que o levou à morte, e a partida precoce de Noel Rosa (Gustavo Oliveira) e sua relação com a cantora Aracy de Almeida (Rebeca Ristoff).

O Pornosamba e a Bossa Nova Metafísica lança mão ainda de outras linhas de vanguarda como Dadaísmo, Modernismo e Naturalismo para contar a trajetória da MPB e a influência da música estrangeira no comportamento e no “ouvido” do brasileiro, em cadente interatividade com o espectador.

 

Figura ímpar da arte musical brasileira, Vinícius de Moraes (Marcelo Marcus Fonseca) está presente em toda a encenação, transitando com leveza pelas cenas como se fosse o próprio espírito do samba, da bossa nova. Em um dado momento, por exemplo, junto com um coro de Iemanjás, ele convida a plateia a se deitar na Praia de Itapuã.

 

Várias outras cenas também merecem destaque. Em uma delas Ary Barroso realiza um show de calouros em um canteiro de obra; outra recria a noite em que Baden Powell(Victor Dallmann) e Vinícius compuseram o “Samba em Prelúdio”; as mortes de Maysa e Dolores Duran são retratadas em uma única cena; e a encenação da partida de Nara Leão (Elena Vago) é conduzida por um “coro de morte” que envolve sua cabeça quando o tumor explode, dando fim à sua vida.

 

Com a sede do Teatro do Incêndio correndo risco de desapropriação para obras do Metrô, o grupo termina a peça em plena Rua da Consolação, em frente ao teatro, como forma de protesto.